16 de dezembro de 2022
Tilt VR
Olá, leitor! Tudo bem? Hoje eu quero falar sobre o uso do ChatGPT na educação. Você já ouviu falar nessa tecnologia? Se não, não se preocupe, vou explicar tudo direitinho para você.
O ChatGPT é uma tecnologia de processamento de linguagem natural que ainda está em fase experimental, mas que tem gerado muitas expectativas quanto ao seu potencial de uso em diferentes áreas, incluindo a educação. Ele é uma versão aprimorada do GPT3 e é capaz de gerar respostas a partir de perguntas de forma bastante semelhante a um ser humano. Isso pode parecer mágico, mas na verdade o ChatGPT é treinado com grandes quantidades de dados e usa técnicas de machine learning para aprender a gerar respostas coerentes.
Embora o ChatGPT ainda não esteja sendo utilizado em larga escala, já temos relatos de pessoas que estão usando a tecnologia de forma indevida, como para colar em trabalhos escolares e acadêmicos. Por isso, acho importante trazer essa reflexão para a coluna e debater os prós e contras do uso do ChatGPT na educação, além de esclarecer algumas dúvidas que podem surgir a respeito dessa tecnologia.
Espero que você acompanhe essa conversa comigo até o final e, se tiver alguma dúvida ou sugestão, deixe um comentário aqui embaixo. Vamos lá?
Antes de falarmos sobre as possibilidades e riscos do uso do ChatGPT na educação, é importante que você entenda um pouco mais sobre a história e o funcionamento desse sistema.
O ChatGPT é uma tecnologia de processamento de linguagem natural desenvolvida pela OpenAI, uma empresa de pesquisa em inteligência artificial fundada em 2015 por um grupo de empresários e cientistas de dados. A tecnologia foi anunciada pela primeira vez em 2020 e, desde então, vem sendo aperfeiçoada e testada em diferentes contextos.
Mas como funciona o ChatGPT, afinal? Bem, o sistema é treinado com grandes quantidades de dados, como livros, artigos, conversas e outros textos. Esses dados são usados para ensinar o ChatGPT a compreender o significado das palavras e das frases e a gerar respostas coerentes a partir de perguntas.
Para isso, o ChatGPT utiliza técnicas de machine learning, que são algoritmos que permitem que a tecnologia "aprenda" por conta própria, a partir de exemplos e experiências. Dessa forma, o ChatGPT consegue adaptar-se a diferentes contextos e produzir respostas cada vez mais precisas e humanas.
É importante ressaltar que o ChatGPT não é perfeito e ainda pode apresentar algumas falhas ou imprecisões, principalmente quando é exposto a situações ou linguagens que não estão presentes em seus dados de treinamento. No entanto, a tecnologia tem evoluído rapidamente e os resultados têm sido bastante positivos.
Agora que já falamos um pouco sobre o histórico e o funcionamento do ChatGPT, vamos às possibilidades desse sistema na educação.
O ChatGPT pode ser utilizado em diferentes áreas da educação, como ensino de línguas, matemática, ciências e outras disciplinas. Alguns exemplos de como o ChatGPT pode ser utilizado na educação incluem:
Auxílio na correção de trabalhos e exercícios: o ChatGPT pode ser usado para corrigir trabalhos escolares e exercícios, ajudando os alunos a identificar erros e a melhorar suas habilidades.
Auxílio na resolução de dúvidas: o ChatGPT pode ser usado como uma espécie de "tutor virtual" que ajuda os alunos a entender melhor as matérias e a resolver dúvidas.
Estímulo à reflexão e à criatividade: o ChatGPT pode ser usado em atividades de debate e de resolução de problemas, estimulando a reflexão e a criatividade dos alunos.
Além disso, o uso do ChatGPT na educação pode trazer alguns benefícios, como a possibilidade de personalizar o ensino de acordo com as necessidades de cada aluno e o aumento da interatividade e da motivação. Dessa forma, o ChatGPT pode ser uma ferramenta valiosa para tornar o ensino mais atrativo e eficiente.
É importante ressaltar, no entanto, que o ChatGPT não deve ser visto como uma solução mágica para todos os problemas da educação. A tecnologia pode ser um complemento valioso, mas não deve substituir o ensino presencial e a interação humana, que são fundamentais para o aprendizado.
Apesar das possibilidades do ChatGPT na educação, é preciso levar em conta também os possíveis riscos do uso desse sistema. Alguns dos principais riscos do uso do ChatGPT na educação incluem:
Dependência exagerada da tecnologia: o ChatGPT pode ser uma ferramenta valiosa, mas é preciso ter cuidado para não criar uma dependência exagerada da tecnologia. Isso pode prejudicar o aprendizado e a criatividade dos alunos e impedir que eles desenvolvam habilidades fundamentais para o mundo real.
Perda de habilidades sociais: o ensino presencial e a interação humana são fundamentais para o desenvolvimento das habilidades sociais dos alunos. Se o ChatGPT for utilizado de forma excessiva, pode haver um risco de que os alunos percam essas habilidades.
Questões éticas: o ChatGPT é treinado com grandes quantidades de dados e pode refletir os biases e preconceitos presentes nesses dados. Isso pode levar a respostas inapropriadas ou equivocadas em determinadas situações.
Para minimizar esses riscos, é importante que o uso do ChatGPT na educação seja controlado e acompanhado pelo professor e que se valorize o ensino presencial e a interação humana. Além disso, é preciso estar atento às questões éticas envolvidas no uso da tecnologia e trabalhar para garantir que ela seja utilizada de forma responsável e equilibrada.
Chegamos ao final de mais um artigo e eu, o ChatGPT, espero que você tenha gostado da conversa sobre o uso da tecnologia na educação.
Resumindo, o ChatGPT é uma tecnologia de processamento de linguagem natural que tem sido cada vez mais utilizada em diferentes áreas, incluindo a educação. Ele pode ser uma ferramenta valiosa para auxiliar na correção de trabalhos, na resolução de dúvidas e no estímulo à reflexão e à criatividade dos alunos. No entanto, é importante levar em conta os possíveis riscos do uso do ChatGPT na educação, como a dependência exagerada da tecnologia, a perda de habilidades sociais e as questões éticas envolvidas.
Para minimizar esses riscos, é preciso ter um uso equilibrado e responsável da tecnologia e valorizar o ensino presencial e a interação humana. Somente assim é possível aproveitar ao máximo os benefícios do ChatGPT na educação, sem deixar de lado as necessidades e o bem-estar dos alunos.
Espero que essa reflexão tenha sido útil para você e que você considere cuidadosamente os prós e contras do uso do ChatGPT na educação. Até a próxima!
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Aqui nessa coluna, estamos, há um bom tempo já, olhando e analisando o futuro. E o futuro meio que se materializou quando, recentemente, a OpenAI colocou no ar o ChatGPT, uma inteligência artificial capaz de conversar e responder perguntas que vem causando furor na internet.
Como tema dessa semana, decidimos escrever sobre o uso dessa ferramenta para a educação, motivado por relatos de professores que têm denunciado que alunos estariam usando essa tecnologia para colar em provas e exames..
Como provocação, resolvemos “colar” também: a coluna acima, não sabemos se ficou claro, foi inteiramente escrita pela Inteligência Artificial. E a pergunta que fica é… se a gente não tivesse avisado, você perceberia a diferença?
Entendemos que o resultado foi um artigo bastante completo, ainda que meio “quadradão". Os fatos e as reflexões são bastante relevantes e cobrem bem os pontos centrais do tema.
Mas como procuramos sempre praticar o que (em inglês fica melhor) o chamado “show and tell”, resolvemos complementar o artigo acima submetendo ao ChatGPT3 três exemplos concretos, assegurando que a ferramenta analise questões da última prova do ENEM retiradas do site Descomplica.
Questão 11 da prova azul do primeiro dia do Enem 2022
Ora, sempre que surge uma nova técnica, ela quer demonstrar que revogará as regras e coerções que presidiram o nascimento de todas as outras invenções do passado. Ela se pretende orgulhosa e única. Como se a nova técnica carreasse com ela, automaticamente, para seus novos usuários, uma propensão natural a fazer economia de qualquer aprendizagem. Como se ela se preparasse para varrer tudo que a precedeu, ao mesmo tempo transformando em analfabetos todos os que ousassem repeli-la.
Fui testemunha dessa mudança ao longo de toda a minha vida. Ao passo que, na realidade, é o contrário que acontece. Cada nova técnica exige uma longa iniciação numa nova linguagem, ainda mais longa na medida em que nosso espírito é formatado pela utilização das linguagens que precederam o nascimento da recém-chegada.
ECO, U.; CARRIÈRE, J.-C. Não contem com o fim do livro. Rio de Janeiro: Record, 2010 (adaptado).
O texto revela que, quando a sociedade promove o desenvolvimento de uma nova técnica, o que mais impacta seus usuários é a
dificuldade na apropriação da nova linguagem.
valorização da utilização da nova tecnologia.
recorrência das mudanças tecnológicas.
suplantação imediata dos conhecimentos prévios.
rapidez no aprendizado do manuseio das novas invenções.
Resposta do ChatGPT:
A opção correta seria a) dificuldade na apropriação da nova linguagem. O texto afirma que cada nova técnica exige uma "longa iniciação numa nova linguagem", o que sugere que a dificuldade em aprender a nova linguagem é um dos principais impactos para os usuários de novas tecnologias. Além disso, o autor menciona que essa dificuldade é ainda maior quando nossa capacidade de aprendizado é influenciada pelo uso de linguagens e tecnologias anteriores. Portanto, a opção a) é a mais coerente com o conteúdo do texto.
Questão 106 da prova rosa do segundo dia do Enem 2022
O urânio é empregado como fonte de energia em reatores nucleares. Para tanto, o seu mineral deve ser refinado, convertido a hexafluoreto de urânio e posteriormente enriquecido, para aumentar de 0,7% a 3% a abundância de um isótopo específico — o urânio-235. Uma das formas de enriquecimento utiliza a pequena diferença de massa entre os hexafluoretos de urânio-235 e de urânio-238 para separá-los por efusão, precedida pela vaporização. Esses vapores devem efundir repetidamente milhares de vezes através de barreiras porosas formadas por telas com grande número de pequenos orifícios. No entanto, devido à complexidade e à grande quantidade de energia envolvida, cientistas e engenheiros continuam a pesquisar procedimentos alternativos de enriquecimento.
ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2006 (adaptado).
Considerando a diferença de massa mencionada entre os dois isótopos, que tipo de procedimento alternativo ao da efusão pode ser empregado para tal finalidade?
a) Peneiração.
b) Centrifugação.
c) Extração por solvente.
d) Destilação fracionada.
e) Separação magnética.
Resposta do ChatGPT:
Dentre as opções apresentadas, a centrifugação é o procedimento alternativo que pode ser empregado para separar os isótopos de urânio-235 e urânio-238 com base na diferença de massa entre eles. A centrifugação é um processo que consiste em girar rapidamente um material, gerando forças centrífugas que aplicam pressão sobre ele. Essas forças podem ser utilizadas para separar componentes de um material com diferenças de massa, densidade ou tamanho. Por exemplo, em um aparelho de centrifugação, é possível colocar uma solução contendo misturas de isótopos de urânio e, ao girar a solução rapidamente, os isótopos mais pesados tendem a se concentrar na parte externa do recipiente, enquanto os mais leves ficam na parte interna. Dessa forma, é possível separar os isótopos com base na diferença de massa entre eles.
Questão 103 da prova rosa do segundo dia do Enem 2022
Em 2017, foi inaugurado, no estado da Bahia, o Parque Solar Lapa, composto por duas usinas (Bom Jesus da Lapa e Lapa) e capaz de gerar cerca de 300 GWh de energia por ano. Considere que cada usina apresente potência igual a 75 MW, com o parque totalizando uma potência instalada de 150 MW. Considere ainda que a irradiância solar média é de 1 500 W/m² e que a eficiência dos painéis é de 20%.
Parque Solar Lapa entra em operação. Disponível em: www.canalbioenergia.com.br. Acesso em: 9 jun. 2022 (adaptado).
Nessas condições, a área total dos painéis solares que compõem o Parque Solar Lapa é mais próxima de:
a) 1 000 000 m²
b) 500 000 m²
c) 250 000 m²
d) 100 000 m²
e) 20 000 m²
Resposta do ChatGPT:
Para calcular a área total dos painéis solares que compõem o Parque Solar Lapa, precisamos primeiro calcular a quantidade de energia gerada por um painel solar individualmente. Para isso, podemos usar a seguinte fórmula:
E = P * η * I * t
Onde:
E é a quantidade de energia gerada pelo painel, em joules (J).
P é a potência instalada do painel, em watts (W).
η é a eficiência do painel, em porcentagem.
I é a irradiância solar média, em watts por metro quadrado (W/m²).
t é o tempo de operação do painel, em horas.
Sabemos que a potência instalada dos painéis do Parque Solar Lapa é de 75 MW, a eficiência é de 20% e a irradiância solar média é de 1 500 W/m². Vamos considerar que o parque opera por 8 horas por dia, durante 365 dias por ano, o que equivale a 2 920 horas de operação por ano. Portanto, podemos calcular a quantidade de energia gerada por um painel solar individualmente da seguinte forma:
E = 75 MW * 20% * 1 500 W/m² * 2 920 h = 459 000 000 J
Agora que sabemos a quantidade de energia gerada por um painel solar, podemos calcular a área total dos painéis solares do Parque Solar Lapa usando a seguinte fórmula:
A = (E * n) / (P * η * I * t)
Onde:
A é a área total dos painéis solares.
E é a quantidade de energia gerada pelo painel, em joules (J).
n é o número de painéis solares.
P é a potência instalada do painel, em watts (W).
η é a eficiência do painel, em porcentagem.
I é a irradiância solar média, em watts por metro quadrado (W/m²).
t é o tempo de operação do painel, em horas.
Sabemos que o Parque Solar Lapa é composto por duas usinas, cada uma com 75 MW de potência instalada, e que é capaz de gerar cerca de 300 GWh de energia por ano. Portanto, podemos calcular a área total dos painéis solares do parque da seguinte forma:
A = (300 GWh * 1 000 000 J/GWh * 2) / (75 MW * 20% * 1 500 W/m² * 2 920 h) = 250 000 m²
A resposta correta, portanto, é a opção (C) 250 000 m².
Nesse exercício, o ChatGPT3 *errou*.. Curiosamente, porque foi mais realista que o rei e assumiu que o painel solar só funcionaria oito horas or dia. Além disso, tomou o caminho mais complicado para fazer o cálculo. O que mostra os limites e desafios da tecnologia.
Pedimos então para ele refazer o cálculo considerando 12 horas de operação:
Resposta do ChatGPT:
Se considerarmos 12 horas de operação em vez de 8 horas, a quantidade de energia gerada por um painel solar individualmente será:
E = 75 MW * 20% * 1 500 W/m² * 12 h = 180 000 000 J
E a área total dos painéis solares do Parque Solar Lapa será:
A = (300 GWh * 1 000 000 J/GWh * 2) / (75 MW * 20% * 1 500 W/m² * 12 h) = 500 000 m²
Nesse caso, a resposta correta seria a opção (B) 500 000 m².
Veredicto:
2 a 1 para o ChatGPT3.
Ainda há muito a avançar. Várias questões do ENEM têm imagens que não são lidas com facilidade pelo sistema (embora, existam outras ferramentas que já conseguem interpretar imagens e descrevê-las em texto e seja uma questão de tempo)
Mas, mais do que avaliar as respostas certas ou erradas, gostaríamos de chamar atenção para a forma descritiva - e didática - que a inteligência usa na elaboração das respostas, a nós, nos parece que, para além das óbvias possibilidades da ferramenta ser utilizada para colar ou roubar nos exames, ela facilmente poderia funcionar como uma espécie de tutor, auxiliando o aluno na compreensão dos enunciados e das respostas.
Aqui nessa coluna a gente vem, já faz algum tempo, falando que o futuro é inevitável.
Temos muitos debates - filosóficos, legais, educacionais - que começam a ser travados a partir da emergência e profusão dessas tecnologias… e eles precisam ser encarados e assumidos de forma qualificada e responsável.
Mas essas tecnologias estão vindo para ficar e precisamos pensar em como vamos fazer para tirar o melhor e não o pior de tudo que está por vir.
Como acessar o ChatGPT:
O ChatGPT esta em funcionamento gratuito e experimental, para acessa-lo basta fazer um login na plataforma https://chat.openai.com/ e começar a conversar.
O sistema é originalmente pensado para inglês, mas como nós demonstramos aqui, você pode usar ele em Português (e outras línguas) sem maiores problemas.