Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, examinaram os dados de questionários aplicados a 72.417 pessoas de todas as idades em 27 países diferentes na busca de saber qual a disposição delas se auto-isolarem e cumprirem outras regras preventivas contra o novo coronavírus. Os resultados indicam que os velhos, embora sejam o principal grupo de risco, não estão mais propensos a adotar os cuidados recomendados, como usar máscaras na rua, embora sejam mais dispostos a evitar os transportes públicos ou as pequenas reuniões.
A conclusão dos cientistas é que será preciso reforçar as estratégias destinadas aos idosos, se quisermos que eles obedeçam às recomendações de prevenção. Como já se sabe, muitos velhos têm condições crônicas de saúde que agravam seu risco.
Os dados foram coletados a partir de uma parceria entre o Instituto de Inovação em Saúde Global (IGHI) do Imperial College London e a empresa de pesquisas YouGov.
As amostras eram nacionalmente representativas de cada país com base em idade, sexo e região. O questionário incluía perguntas sobre a disposição das pessoas em se auto-isolar, bem como sua conformidade com medidas preventivas específicas, como uso de máscara ou lavagem das mãos.
As medidas avaliadas incluíram: • Lavar as mãos com água e sabão • Usar desinfetante para as mãos • Cobrir o nariz e a boca quando espirrar ou tossir • Evitar o contato com quem tenha sintomas ou possa ter sido exposto ao coronavírus • Evitar sair em geral • Evitar pegar o transporte público • Evitar receber convidados em sua casa • Evitar pequenas reuniões sociais (não mais que 2 pessoas) • Evitar reuniões sociais de tamanho médio (entre 3 e 10 pessoas) • Evitar reuniões sociais de grande porte (mais de 10 pessoas) • Evitar áreas lotadas • Evitar ir às lojas • Comer separadamente em casa • Limpar superfícies frequentemente tocadas em casa • Evitar tocar em objetos em público (por exemplo, botões ou portas do elevador)
Moral da história: “No geral, a pontuação para todas as idades é substancialmente semelhante e é em torno de 12. Ela varia de um mínimo de 11,9 a um máximo de 12,4, para um efeito total de 0,5 em uma escala de 0 a 16. Em outras palavras, representa menos de um quinto do desvio padrão do índice. Existem, portanto, duas conclusões principais (...). Por um lado, o nível basal de conformidade com as medidas preventivas é bastante alto, embora não exageradamente alto (especialmente considerando que o máximo é 16). Por outro lado, não há efeito substancial da idade.”
“A pesquisa fornece a primeira descrição completa das atitudes e conformidade da população mais vulnerável em uma perspectiva comparativa, sugerindo que as estratégias dos governos para com os idosos estão longe de ser bem-sucedidas e mostra que, metodologicamente, devemos ser mais cautelosos ao tratar a idade como tendo uma efeito linear nos resultados relacionados ao COVID-19 ”, alertou François Daoust, coordenador do estudo, da Universidade de Edimburgo.
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